Tensões no Oriente Médio: Como o conflito entre Israel e Hezbollah pode desencadear uma guerra devastadora
Recentemente, a tensão entre Israel e o grupo extremista Hezbollah atingiu um novo patamar, após a explosão de equipamentos de comunicação do grupo libanês em uma operação coordenada. Este episódio intensificou os confrontos entre os dois lados, elevando os temores de que o conflito possa evoluir para uma guerra total. Autoridades internacionais tentam intervir para reduzir as tensões, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfatizando que “uma guerra total não interessa a ninguém”.
Uma guerra total é um tipo de conflito em que todos os recursos militares e civis de uma nação são mobilizados para derrotar completamente o adversário. Esse cenário envolve frentes múltiplas de batalha, uso intensivo de forças terrestres, aéreas e navais, além de operações de inteligência e cibernéticas. No caso de um confronto entre Israel e Hezbollah, as consequências seriam devastadoras para ambos os lados, tanto em termos de vidas humanas quanto de infraestrutura.
O aumento da agressão começou na semana passada, quando Israel anunciou uma “nova fase” do conflito, nomeada de “Operação Flechas do Norte”, com foco nas ações do Hezbollah no sul do Líbano. Essa operação foi uma resposta aos ataques do grupo extremista, que lançou bombardeios sobre o norte de Israel, deslocando vários cidadãos israelenses de suas casas. O Hezbollah, por sua vez, declarou estar em “guerra indefinida” contra Israel, prometendo continuar seus ataques até o fim do conflito em Gaza.
Israel e o Hezbollah já estiveram em guerra anteriormente, com o conflito mais significativo ocorrendo em 2006, conhecido como a Guerra do Líbano. Esse confronto durou cinco semanas e causou destruição em larga escala. Mais de 1.200 libaneses, em sua maioria civis, foram mortos, enquanto 120 soldados israelenses perderam a vida. O conflito resultou em uma grande destruição no sul do Líbano e em partes da capital Beirute.
Os temores de uma nova guerra total são baseados na capacidade atual de ataque do Hezbollah. Estima-se que o grupo possua mais de 150 mil foguetes e mísseis, alguns dos quais são guiados com precisão, colocando todo o território israelense dentro do alcance dos ataques. Israel, por sua vez, reforçou suas defesas aéreas, mas há dúvidas se essas medidas serão suficientes para conter uma ofensiva em larga escala.
O Hezbollah é apoiado pelo Irã e faz parte do Eixo da Resistência, uma aliança que também inclui o Hamas, grupo que está em guerra com Israel na Faixa de Gaza. Desde o ataque do Hamas em outubro, que resultou na morte de 1.200 israelenses, o Hezbollah tem disparado foguetes e drones contra posições israelenses na fronteira norte. A troca de agressões entre Israel e Hezbollah se intensificou após as explosões de dispositivos eletrônicos usados pelo grupo libanês.
Os recentes ataques aéreos israelenses visaram alvos militares do Hezbollah, com bombardeios que mataram mais de 560 pessoas no Líbano, forçando milhares a fugir do sul do país. Israel afirma que tem como alvo as bases de armazenamento de armas do Hezbollah, alertando os moradores a evacuarem essas áreas. No entanto, os bombardeios também atingiram hospitais e centros médicos, aumentando a tensão internacional sobre os direitos humanos durante o conflito.
Além disso, na sexta-feira, um ataque aéreo israelense derrubou um prédio nos subúrbios de Beirute, matando Ibrahim Akil, comandante da unidade de elite Radwan do Hezbollah, além de outros líderes importantes do grupo. Israel afirmou que Akil era responsável pelos ataques com foguetes e drones contra o norte de Israel.
A fronteira entre Israel e Líbano continua sendo palco de confrontos diários desde o início da guerra entre Israel e Hamas. O Hezbollah afirma que seus ataques contra Israel são em solidariedade ao Hamas, prometendo continuar a ofensiva até que a situação em Gaza seja resolvida. O medo de uma escalada para uma guerra total permanece, com os dois lados se preparando para mais combates.